CONHECIMENTOS DE HOMILÉTICA

CONHECIMENTOS DE

 

HOMILÉTICA

 

A ARTE DE PREGAR

 

 

 

 

 

 

 

DEDICATÓRIA

 

            Á  todos que nutrem o desejo ardente em transmitir adequadamente a Palavra de Deus. Fazendo-se claro, para que as pessoas possam compreender de forma simples e singular as Escrituras.

     Dedico a minha família querida que muito têm contribuído para o meu ministério: minha esposa, Valéria; e meus filhos, Emanuel, Tiago e Letícia .

    A toda a Igreja que, na medida do possível, tem apoiado o ministério de ensino dentro da Igreja.

           

             E, principalmente:

 

“... ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm 1:17).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOBRE O AUTOR

 

    Eu, Pastor Celso Soares Neto, filho de Pedro Maria Filho e Zilda Maria de Jesus. Nascido em 15/01/1967, na cidade de Dores do Indaiá/MG a Avenida da Saudade 181 (conhecida com Beco do Cemitério),  onde vivi com meus pais e 14 (quatorze) irmãos, todos filhos de um mesmo casamento. Criado com muito amor e disciplina, também com grandes dificuldades financeiras.

     Minha mãe padecia de diversas enfermidades, por isso, fui praticamente criado por minhas duas irmãs: Márcia e Aparecida.

     Vim para Belo Horizonte aos 17(dezessete) anos para trabalhar no Banco Mercantil do Brasil, onde trabalhei por 11 (onze) anos. Morei, nesta época, com minha irmã Branca e seu esposo, Amadeu; no qual foram meus segundo pais. Saí da casa da minha irmã em 1990 para casar-me com Valéria .

      Já casado, passei 06 (seis) anos sem Jesus em minha vida. Faço menção ao meu cunhado Gerson Lopes Cançado (in memorian), esposo da minha irmã Maria José. Que sempre me falava sobre o amor de Jesus; concedeu-me um Novo Testamento e, assim,  cumprindo em minha vida a palavra do Senhor. E , também, a minha amada sogra Maria das Mercês de Souza (in memorian) que tanto orou por mim e minha esposa.     Casamo-nos na Igreja Batista do Barreiro, casamento celebrado pelo Pastor Carlos (conhecido como Carlão).

     No tempo determinado por Deus, aceitei Jesus na Igreja Pentecostal Jesus é Amor, liderada pela Missionária Nilza, minha mãe na fé. Fui muito auxiliado, por minha cunhada Mercês Maria, que aliás tem me ajudado espiritualmente até nos dias de hoje. Ao aceitar Jesus fui chamado para fazer parte do quadro de ceifeiros de sua obra, onde fui pastor por 04 (quatro) anos no Bairro Sol Nascente em Ibirité/MG.

    Sendo direcionado pelo Senhor vim para Igreja Pentecostal Varões de Guerra, Congregação João Gomes Cardoso, onde permaneço até esta data, sendo pastor dirigente. Fui recebido pelo pastor presidente Ralph A. Assé, que me confiou a liderança desta igreja.

 

 

 

 

 

FORMAÇÃO TEOLÓGICA E ACADÊMICA

 

MEDIO EM TEOLOGIA

STPMG - Seminário Teológico Pentecostal de MG

Registro: Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas nº 58.306, Livro A, Folha 3 e 4, CNPJ 16.748.089/0001-09

 

CAPELANIA CRISTÃ

ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica

Registro do diploma: 2º cartório de registro de títulos e documentos de BH, nº 88.4683

 

BACHAREL EM TEOLOGIA MINISTERIAL

ALACE - Associação Latino Americana de Capelania Evangélica

Registro: nº 11.9760, Lei Federal nº 10.51169, livro A, CNPJ 07.618.054/0001-04, com sede a Avenida Afonso Pena, 262/2009, Centro BH/MG

Registro do Aluno: 0209/05

Registro do diploma: 90.2832, no 2º cartório de registros e documentos/BH

 

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO (incompleto)

Instituto J. Andrade de Ensino Superior

Juatuba /MG

Registro do aluno: 11.01723

Obs.: Nenhuma destas formações teriam sentido na minha vida se não fosse a presença viva e real do Espírito Santo de Deus no qual sempre agradeço essa dádiva que me foi concedida gratuitamente pela graça no Nosso Senhor e Salvador Jesus, que tributo toda honra glória e louvor para Ele e por Ele até o fim dos séculos. Amém.

 

 I. HOMILÉTICA

O termo Homilética é derivado do Grego "HOMILOS" o que significa multidão assembléia do povo, derivando assim outro termo, "HOMILIA" ou pequeno discurso do verbo "OMILEU" conversar.

A arte de falar em público nasceu na Grécia Antiga com o nome de Retórica. Quando o Império Romano dominou a Grécia, a Retórica passa a ser conhecida como Oratória.  O Cristianismo passou a usar esta arte como meio da pregação, que no século 17 passou a ser chamada de Homilética.

Vejamos algumas definições que envolvem essa matéria:

Discurso - Conjunto de frases ordenadas faladas em público.

Homilética - É a ciência ou a arte de elaborar e expor o sermão.

Oratória - Arte de falar ao público.

Pregação - Ato de pregar, sermão, ato de anunciar uma notícia.

Retórica - Conjunto de regras relativas a eloqüência; arte de falar bem.

Sermão - Discurso cristão falado no púlpito.

 

1. IMPORTÂNCIA DA HOMILÉTICA

O estudo da Homilética abrange tudo o que tem a ver com a pregação e apresentação de práticas religiosas: como preparar e apresentar sermões de maneira mais eficaz.

Sendo a HOMILÉTICA a "Arte de Pregar", deve ser considerada a mais nobre tarefa existente na vida do pregador. Quando a Homilética é observada e aplicada, proporciona-se ao ouvinte uma melhor compreensão do texto.

A observação da Homilética traz orientação ao orador.

 

2. ALGUMAS REGRAS PARA ELOQUÊNCIA

ELOQUÊNCIA é um termo derivado do Latim “Eloquentia” que significa: Elegância no falar, Falar bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a soma das qualidades do pregador.

 

- Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto.

- Conhecimento do publico ouvinte.

- Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes.

- Seriedade, pois o orador não é um animador de platéia.

- Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse.

- Utilizar uma linguagem bíblica.

- Evitar usar o pronome EU e sim o pronome NÓS.

 

3. A POSTURA DO ORADOR

É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito ou tribuna. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposição.

A fisionomia é muito importe, pois transmite os nossos sentimentos, Vejamos:

- Ficar em posição de nobre atitude.

- Olhar para os ouvintes.

- Não demonstrar rigidez e nervosismo.

- Evitar exageros nos gestos.

- Não demonstrar indisposição.

- Evitar as leituras prolongadas.

- Sempre preocupado com a indumentária. (Cores, Gravata, Meias )

- Cabelos penteados melhoram muito a aparência.

- O assentar também é muito importante.

Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber alguma coisa boa da parte de Deus através de você. É indispensável estar preparado em duas áreas: espiritual e natural.

 

 

3.1 Na área espiritual:

a)  Piedade pessoal; disponibilidade para Deus.

Piedade: respeito e amor, devoção às coisas religiosas.

b) Conhecimento da Palavra.

c)  fé e coragem.

d) Convicção de chamada junto com a reconhecida vocação cristã.

e) Humildade.

f) Espírito de oração, canal livre para a comunhão com o alto.

g) Visão da obra.

h) Sensibilidade espiritual e uma unção plena do Espírito Santo.

 

3.2 Na área natural

a) Desenvolvimento sóbrio e fecundo de sua inteligência.

b) Exercício continuo e sábio de sua memória.

c) Aperfeiçoamento da dicção.

d) Cuidado dia e noite com saúde pessoal.

e) Aperfeiçoamento do idioma.

f) Expansão honesta, humilde e inteligente da cultura.

g) Preparação psicológica.

Pregar o evangelho não é somente fazer discursos ou sermões, é falar em nome de Deus, 1Co. 1:21; Is. 52:7; Rm. 10:15. "Vamos dar a pregação o prestígio que o Senhor a deu, e Ele nos dará o êxito que Ele mesmo conquistou.

 

 

 

 

II. COMO PREPARAR UM SERMÃO

1. DESCOBRIR O PENSAMENTO CENTRAL

O pensamento central é a mensagem, ou seja, é o Tema. Sempre procurar definir o tema no sentido positivo. Será que existe Deus? É um tema indesejado, pois suscitam mais dúvida do que fé. Como ser curado? É um tema sugestivo, pois fortifica a fé.

Em alguns casos o pregador fala o título (Tema) da pregação; outras vezes, não é necessário, porém, no esboço é aconselhável colocar.  O orador deve ser um homem temente à Deus e que possua uma mensagem bíblica.

 

O Título pode ser:

Imperativo Quando sugere uma ordem. (Ide Marcos 16.15 )

Interrogativo Quando sugere uma pergunta. (Que farei de Jesus? MT. 27.22)

Enfático Quando é reduzido. (Amor, Fé)

 

2. CARACTERISITICAS DA PREGAÇÃO

2.1 DEVE SER BIBILICA

É um crime utilizar o púlpito e não pregar a bíblia. "Os pentecostais são acusados de incluir demasiadamente textos bíblicos em suas mensagens". Certamente aí está o segredo do crescimento, II Tm. 4:2a, nunca irá faltar na bíblia mensagens para o pregador, pois nela esta toda a fonte de verdade e inspiração.

Deve ser reduzida a uma expansão bíblica. Os ouvintes jamais irão reter na memória todas as verdades que escutam do pregador, então, é necessário ter cuidado para centralizar a mensagem em Cristo Jesus e sua Palavra.

 

2.2 CRISTO O CENTRO DA PREGAÇÃO

Existem muitas maneiras de se começar uma pregação, porém há uma só maneira de se terminar: Apresentando a Cristo.

 

2.3 INICIA-SE COM TEXTO BIBLICO

Uma mensagem sem um texto Bíblico que a respalde, é como um trem sem os trilhos.

"Um texto sem contexto pode ser mero pretexto".

O pregador deve ser sábio ao escolher e utilizar o texto. O melhor comentário da bíblia continua sendo ela mesma.

É aconselhável pregar somente textos curtos e conhecidos do pregador.

"Aquele que não ordena seus pensamentos, não pode ser senhor de suas palavras".

"Ordene bem suas palavras e serás ouvido".

Não grite como louco: "O grito é a manifestação cabal de quem não tem o argumento".

 

2.4 PREGAÇÃO SIMPLES TEM BOM RESULTADO

Simplicidade não é desleixo nem falta de conhecimento. Não é ignorância.

Ritualismo, formalismo e artificialismo são os grandes inimigos do pregador,

11Co 11:3b. "A autoridade de Jesus não foi posta em dúvida por sua simplicidade".

Os gestos devem ser simples. A atenção do povo deve estar na palavra e não no orador. No final eles devem falar bem da pregação e não do pregador. (Fora com aquelas perguntas: Como você acha que eu fui? O povo gostou de mim?)

Devem-se evitar dois extremos: A imobilidade e a dramatização.

Pregador não é uma estátua, nem tampouco palhaço, artista.

Linguagem simples e não linguagem "chula".

Coração simples, como pombas, Mt 10:16. Nessa simplicidade evitará você de pregar por pão.

"Pregue para 5 como se estivesse pregando para mil; pregue para mil como se fosse 5; com a mesma simplicidade e entusiasmo".

 

 

3. OBJETIVOS DO SERMAO

São seis os objetivos gerais do sermão, conforme Crane. (El sermon eficaz pg. 57-75):

1) Evangelístico.

2) Doutrinário

3) Devocional.

4) Consagração.

5) Ética (ou moral).

6) Alento (pastoral). Destina-se a crentes e não crentes. 

 

1. Sermão evangelístico.

Sua finalidade é persuadir os perdidos a aceitarem Jesus Cristo como Senhor e Salvador. Infelizmente, os sermões evangelísticos são, hoje, repletos de frases feitas: "Deus te ama", "Você pode morrer esta noite", "Vem agora", etc. No entanto, um sermão evangelístico pode ter um bom conteúdo (O evangelista não necessita de pobreza de idéias no cumprimento de sua missão). Quatro verdades devem se delinear no sermão evangelístico:

a) O homem natural está perdido;

b) A obra redentora é de Cristo;

c) As condições pelas quais o homem se apropria da obra redentora de Cristo;

d) A necessidade de uma decisão, se não pública, pelo menos no íntimo.

 

 2. O sermão doutrinário.

Sua finalidade é instruir os crentes sobre as grandes verdades da fé e como aplicá-las, portanto, é didático. O dom de ensino era muito difundido no cristianismo nascente. Jesus era intitulado de "Mestre" e os seus seguidores de "discípulos". O sermão doutrinário atende quatro funções na vida da igreja:

a) Atende o desejo de aprender que existe na vida do crente;

b) Previne contra as heresias;

c) Dá embasamento à ação;

d) Contribui para o crescimento dos ouvintes e do próprio pregador.

 

 3. O sermão devocional

Sua finalidade é desenvolver nos crentes um sentimento de amorosa devoção para com Deus, despertando sentimento de louvor.

 

 4. O sermão de consagração

Sua finalidade é estimular os crentes a dedicarem talentos, tempo, bens, influência, vida, etc., ao serviço de Deus. Estimula a igreja para vocação, abertura de novos trabalhos, ofertas missionárias, etc.

 

 5. O sermão ético ou moral

Sua finalidade é orientar os crentes para pautarem suas condutas diárias e relações sociais de acordo com os princípios cristãos. Assuntos que cabem aqui: Matrimônio, adultério, divórcio, justiça social, racismo, dignidade da pessoa.

 

 6. O sermão de alento (ou pastoral)

Sua finalidade é fortalecer e alertar os crentes no meio de crises pessoais ou comunitárias. Focalizam o cuidado de Deus para com o seu povo e o livramento que o Senhor opera.

 

5. ESCOLHA DO TEXTO

É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão porém adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:

Textos longos Cansam os ouvintes. (Salmo 119 )

Textos obscuros Causam polêmicas no auditório. (I Cor. 11:10 Véu)

Textos difíceis Os ouvintes não entendem. ( Ef. 1:3 Predestinação )

Textos duvidosos “E Deus não ouve pecadores" ( João 9:31 )

 

Texto é importante por quê?

- O texto chama a atenção dos ouvintes.

- O texto desperta o interesse em conhecer a Palavra de Deus.

- O texto ajuda na exposição do sermão.

- O texto facilita ao ouvinte entender o assunto exposto.

Devemos escolher o texto em toda a Bíblia e não somente no Novo Testamento.

 

6. ESCOLHER O MÉTODO APROPRIADO

De posse do pensamento central e o texto escolhido, deve-se determinar o método a ser utilizado. Existem muitos textos e temas que permitem a escolha de qualquer um dos métodos, porém há temas que não permitem.

 

III. CLASSIFICAÇÃO DO SERMÃO

O sermão é classificado por duas formas, a saber: pelo assunto ou pelo método, podendo ser discursivo ou expositivo.

 

1. PELO ASSUNTO

- Doutrinário. É aquele que expõe uma doutrina. (Ensinamento )

- Histórico. É aquele que narra uma história.

- Ocasional. São aqueles destinados a ocasiões especiais.

- Apologético. Tem a finalidade de fazer apologia. (defender )

- Ético. É quando exalta a conduta e a vida moral e ética.

- Narrativo Quando narra um fato, um milagre.

- Controvérsia tem por finalidade atacar erros e heresias.

 

2. PELO MÉTODO

TOPICAL OU TEMATICO

É aquele onde a divisão faz-se pelo tema. Todas as divisões devem derivar do tema.

A melhor forma é fazer perguntas ao tema escolhido, tais como: Por quê? Como? Quando? O Que? Onde?

 

Vantagens do sermão tópico ou temático.

a) Possibilita o aperfeiçoamento da retórica. É o sermão típico dos grandes oradores;

b) É fácil de elaborar, porque a unidade é construída conforme o desejo do pregador;

c) Agradam a muitos ouvintes "preguiçosos mentais", porque não exige reflexão;

d) Possibilita que se esgote o assunto ou que se o encerre de modo completo;

e) Permite a discussão de qualquer assunto, pois as idéias vêm de fora do texto.

 

 Perigos no uso do sermão temático ou tópico.

a) Negligenciar a exegese da palavra de Deus não aplicando-a;

b) Atrair a atenção para o pregador. É a inteligência, argumentação e oratória dele que funciona;

c) Pode levar a alegorização.

 

Cuidados na confecção do sermão temático ou tópico

a) O tema deve ser claro, específico e expressivo, pois tudo dependerá dele;

b) Os argumentos devem vir em ordem progressiva. Inverta as divisões I e III do exemplo 1 e veja o que acontece;

c) Esquematize as divisões em uma das seguintes maneiras: explanação prova argumentação, aplicação. Esta é a melhor progressão.

 

 TEXTUAL

São aqueles onde a sua divisão encontra-se no próprio texto. É um método muito bom, pois oferece aos ouvintes a oportunidade de acompanhar, passo a passo a exposição do sermão.

1. É aquele cuja divisão(idéias principais)é tirada do  texto bíblico.

a) As idéias secundárias podem ser buscadas em outros textos bíblicos.

2. Este gênero de trabalho para o púlpito faz fixar a atenção numa parte das Escrituras.

3. É profundamente bíblico e ajuda a levar o ouvinte mais perto do coração da Bíblia.

4. Obriga o pregador a estudar constantemente a Bíblia.

5. É muito apropriado para as pregações sistemáticas e consecutivas de livros da Bíblia e de textos isolados.

6. Geralmente usa-se um ou dois versos.

 

EXPOSITIVO

Quando os textos são longos. Este pode expor uma história ou uma doutrina. (Parábola, Milagre, Peregrinação, Pecado) Em certo sentido todo sermão é expositivo, mas aqui indica a extensão do texto. Sermão expositivo consiste na explicação ou explanação de um trecho das escrituras.

Suas limitações

a) É difícil manter a unidade e a concatenação das idéias

b) Os assuntos não são tratados de um modo lógico e completo.

 

Suas vantagens:

a) Foi o método dos tempos apostólicos

b) Exige estudo sério da palavra de Deus (é benção para o pregador e é bênção para a igreja – é a melhor maneira de edificar a igreja)

c) Obriga-se a tratar de assuntos que de outra forma ficariam esquecidos.

d) Presta-se a uma série de sermões bíblicos. Aplica-se uma série de passagens doutrinárias, devocionais, evangélicas, parábolas, milagres, incidentes históricos e séries de sermões.

 

 Suas exigências:

a) É necessário determinar o texto. O texto precede o sermão. Diferença de um sermão temático e um expositivo, neste sentido.

b) É necessária a exegese do texto. Dá mais trabalho

c) É preciso descobrir o assunto principal ou a lição principal

d) As divisões devem se relacionar com o tema principal

e) Deve-se evitar a multiplicação de minúcias, de detalhes desnecessários

f) Não gastar tempo demasiado explicando pontos difíceis

g) Não multiplicar a citação de passagens paralelas.

 

IV. DIVISÃO DO SERMÃO

O Sermão deve possuir divisões, que permitem um bom aproveitamento do assunto que vai ser apresentado:

1. INTRODUÇÃO (Exórdio)

É o início da pregação. O ideal é que a introdução seja algo que prenda logo a atenção dos ouvintes, despertando-lhes o interesse para o restante da mensagem. Pode até começar com uma ilustração, um relato interessante, porém sempre ligado ao tema do sermão. Outro recurso muito bom é começar com uma pergunta para o auditório, cuja resposta será dada pelo pregador durante a mensagem. Se for uma pergunta interessante, a atenção do povo esta garantida até o final do sermão.

A introdução produz a primeira impressão aos ouvintes e esta deve ser boa. Não é aconselhável ultrapassar os cinco minutos. Nunca ( em hipótese alguma ) dizer que não está preparado ou foi surpreendido.

Tem por finalidade chamar a atenção dos ouvintes para o assunto que vai ser apresentado e também para o pregador. Tem que ser apropriado e deve estar relacionado com o tema, mas cuidado para não antecipar o sermão.

Neste momento o pregador vai se familiarizar com o auditório, cuidado especial teve ser tomado quanto ao entusiasmo, pois o povo pode ainda estar frio.

Deve ser breve, é muito importante, pois é a primeira impressão produzida nos ouvintes. Pode conter: o anúncio do tema, texto a ser lido.

 

2. TEXTO

É trecho lido pelo orador, podendo ser um capítulo, uma história, uma frase ou até mesmo uma palavra.

Quando o texto é bem escolhido o pregador desperta nos ouvintes o desejo de conhecer mais a Palavra de Deus. Não devemos escolher textos proferidos por homens ímpios ou por Satanás. Escolha textos que tragam estímulo, lição etc. Evite textos que provoquem repugnância, gracejos ou que descrevem cenas da vida sexual.

 

3. O CORPO

É a parte mais linda porque revela a Mensagem como Deus quer dar. É o mesmo que desenvolvimento do sermão.

O corpo é a seqüência das divisões do sermão e pode ter de 2 a 5 divisões (quanto mais divisões mais complexo ficará o sermão) e ainda conter subdivisões.

Deve chamar à consciência dos ouvintes para colocar em prática os argumentos expostos.

O pregador deve saber colocar em ordem as divisões, ou seja, os pontos que vão ser incluídos na mensagem; geralmente, convém ordenar os pontos a fim de que aumentem em força até terminar com o mais forte.  Esta é uma regra geral que pode ser aplicada a todos os pontos de ensinamento.

 

4. CONCLUSÃO

A conclusão é o fechamento do sermão e deve ser bem feita, um sermão com encerramento abrupto é desaconselhável. A conclusão deve ser breve e objetiva. É um resumo do sermão, uma recapitulação e reafirmação dos argumentos apresentados. Durante a conclusão pode efetuar um convite de acordo com a mensagem transmitida.

De grande importância. Põe abaixo ou salva o sermão. É aonde se chega a uma decisão. Muitas vezes o auditório vê o sermão se esfumaçar no fim. Não deve ser um amontoado de frases, mas o clímax do sermão. O ponto alto.

 

1. Cuidados a tomar

1.1 - Prepare-se, não negligencie. Esboço visto! "conclusão: O que vier na hora". Pode se esperar algo do pregador preguiçoso?

1.2 - Evitem a pobreza mental e fuja do medo de levar os ouvintes à decisão

1.3 - Evite a "conclusão de afogado": "batendo no ar", para todos os lados

1.4 - O tempo: Não mais de 10% do sermão

1.5 - Não acrescentem matérias novas, idéias diferentes

1.6 - Não peça desculpas. É ruim no início e pior no fim

1.7 - Não conte piadas. É o momento mais sério do sermão

1.8 - Cuidado com gestos que distraem: olhar o relógio, fechar a Bíblia, recolher o esboço, falar enquanto folheia o hinário, buscar um hino a ser cantado, etc.

1.9 - Variem as conclusões, evite monotonia

 

2. Qualidades de uma boa conclusão.

2.1 - Ter unidade. Não ser múltipla

2.2 - Devemos ser claras e breves

2.3 - Deve ser pessoal, personalize o sermão. Cada ouvinte deve saber que está se falando para ele. Deve o ouvinte se perguntar: "Muito bem, à luz disto, que devo fazer?". Evite o festival de banalidades: "que possamos ser crentes melhores", "que Deus nos abençoe". Isto não quer dizer nada.

2.4 - Devemos ser positivas

2.5 - Devemos ser vigorosas (Não quer dizer violenta agressiva). Deve ter vida, mas deve ser amorosa.

 

3. Estrutura da conclusão

A conclusão, normalmente, deve conter um dos três elementos, como estrutura: recapitulação, aplicação, apelo.

3.1 - Recapitulação – A introdução mostra "aonde vamos". A conclusão "onde fomos". É um sumário das divisões do sermão.

3.2 - Aplicação – Outra maneira de se elaborar a estrutura da conclusão é aplicando a mensagem ao ouvinte. O sermão deve vir todo ele, em seu desenvolvimento sendo aplicado. Aqui a aplicação estaria fortemente colocada na mensagem.

3.3 - Apelo – Para decisão íntima ou pública. Toda a conclusão giraria ao redor do apelo, que pode ser para decisões, consagração, prática das virtudes cristãs, dedicação à obra, etc.

 

4. Tipos de conclusão

O pregador caprichoso variará as maneiras de concluir seus sermões. Eis alguns tipos de conclusão:

4.1 - Com poesia ou hino – Que se encaixe ao conteúdo da mensagem.

4.2 - Com constrate – Sermão sobre a volta de Cristo: "você será levado ou será deixado?"

4.3 - Com apelo à imaginação – Sermão sobre o natal: "O último natal"

4.5 - Com final abrupto

4.6 - Com oração

4.7 - Com demonstração – Mostrando como praticar a verdade pregada

4.8 - Com perguntas – Mas evite a generalidade ou banalidade de "Será que estamos fazendo isso?"

4.9 - Com a repetição do texto – Mas levando em conta a necessidade do desafio. Que deve ter em toda conclusão.

 

V. ILUSTRAÇÃO

A ilustração ajuda na exposição tornando claro e evidente as verdades da Palavra de Deus. A ilustração atrai a atenção, quebrando assim a monotonia, e faz com que a mensagem seja gravada nos corações com mais facilidade.As ilustrações também ajudam na ornamentação do sermão tornando-o mais atraente, porém o pregador deve ter o cuidado de não ficar o tempo todo contando "histórias".

 

1. Necessidade.

1.1 - É um meio pedagógico eficiente.

1.2 - Auxiliam a memória. O povo se lembra mais das ilustrações do que das argumentações. Um pastor pediu a vinte pessoas que escrevessem sobre o que se lembravam do sermão que pregara. Um ou dois se lembraram do esboço; quase todos se lembraram da história final.

1.3 - Foi o método usado por Jesus para ensinar. A projeção da parábola do filho pródigo

1.4 - Ajudam a convencer

1.5 - Despertam reação emotiva. Há histórias a que convém evitar "apelações".

 

 2. Tipos de ilustrações

2.1 - Linguagem pictórica, Metafórica, Alegorias. Exemplo Jr 2.12-17

2.2 - Histórias ou narrativas. Um fato histórico. Um incidente, uma experiência, uma parábola, etc.

2.3 – Poemas.

 

3. Fontes de ilustrações

3.1 - A Bíblia. Material abundante, familiar, de autoridade, de valor permanente

3.2 - A literatura, Biografias, Autobiografias, Ficções, Drama, Poesia, Fábula, Mitos e Lendas

3.3 - Experiências pessoais do pregador

3.4 - A história secular, a história eclesiástica, a história da teologia, a história contemporânea, os jornais e as revistas

3.5 - A ciência

3.6 - As artes. Histórias de hinos, citações de livros, versos, estrofes, pinturas, etc.

3.7 - Imaginações do pregador

3.8 - Arquivos de ilustrações.

 

 

 

 

4. Código de ética para ilustração. Robert Butler, em "Administração Eclesiástica", V 10, nº 10, nº 2, pág. 19,20.

4.1 - "Eu resolvi nunca usar uma ilustração do gabinete de aconselhamento"

4.2 - "Eu resolvi usar ilustrações que envolvam minha família com muita cautela e consideração"

4.3 - "Eu resolvi evitar a ilustração muito usada"

4.4 - "Eu resolvi evitar piadas e histórias que são irreais"

4.5 - "Eu resolvi fugir de engrandecer a mim mesmo nas minhas pregações"

4.6 - "Eu resolvi nunca pregar muitas ilustrações"

4.7 - "Eu resolvi apresentar ilustrações honestas"

4.8 - "Eu resolvi me esforçar para dar o devido crédito a uma ilustração"

 

5. Qualidades de uma boa ilustração.

5.1 - Facilmente entendida, compreensível

5.2 - Pertinente ou apropriada. Ilustra o ponto em questão ou não?

5.3 – Atual, o mais possível

5.4 - Digna de crédito

5.5 - Breve, geralmente o máximo de 100 palavras

 

6. Sugestões práticas

6.1 - Não usar número excessivo de ilustrações. Qualidade, não quantidade

6.2 - Variar a natureza das ilustrações

6.3 - Cultivar a arte de contar histórias

6.4 - Ser preciso. Cuidado com nomes, fatos e datas

6.5 - Não exagerar. Não "aumentar" a ilustração

6.6 - Preparar a ilustração com cuidado

6.7 - Não abusar das ilustrações do Toninho, da Mariazinha, da Menininha, etc.

 

VI. APLICAÇÃO

É a arte de persuadir e induzir os ouvintes a entender e colocar em prática em sua vida. Pode ser feita ao final de cada divisão ou de acordo com a oportunidade.

     Deve ser dirigida a todos, com muito entusiasmo apelando à consciência e aos sentimentos dos ouvintes

 

VII. ENTREGANDO O SERMÃO

Para os que não estão acostumados a pregar, um dos problemas mais críticos é o  nervosismo, sentem-se amedrontados, começam a tremer e transpirar, pensam que não vão achar o que dizer, ou vão esquecer-se e etc. Não são apenas os novatos que sentem medo, ainda existem muitos com experiência que se sentem assim.

Apresentaremos 3 passos importante que o pregador deve dar para amenizar o nervosismo durante a pregação:

1. Respirar forte e relaxar,

2. Orar e crer no Senhor,

3. Estudar bem a mensagem.

Existem pregadores que cansam os ouvintes, pelo tempo, pelo despreparo ou até pela imprudência. Há também aqueles que se movimentam como fantoches ou ficam estáticos como múmias.

Se puder não ultrapasse aos 45 minutos, procure evitar ultrapassar os limites, observe o auditório, não julgue que todos estão gostando, pois o "Amém, Amém" talvez seja para parar. Procure olhar nos olhos das pessoas e nunca ficar olhando somente para uma única pessoa, nem mesmo para o relógio, parede, janelas, pés, teto ou ficar com os olhos fechados.

 

 

 

VIII - A ESTRUTURA DO SERMÃO

Como organizar a matéria: Estrutura = esboço = plano. O material do sermão deve ser disposto em ordem. Isto exige talento e treino. É necessário a imaginação construtiva. Mas, uma estrutura é indispensável.

 

1. A importância da estrutura

a) Para o pregador: Por os pensamentos nos lugares devidos. A falta de ordem leva à digressão, a repetição e à falta de clareza.

b) Para os ouvintes: Uma boa estrutura ajuda: A compreensão - o que foi mesmo que o pastor pregou?

c) A aceitação - é convincente

d) A retenção - é fácil de lembrar.

 

 2. As características de uma boa estrutura

a) Unidade: Uma só mensagem de cada vez. Geralmente é preciso decidir o que omitir.

b) Ordem: As idéias devem ter uma seqüência. Devem caminhar para um clímax.

c) Equilíbrio: Deve haver proporção ou simetria entre as partes. Às vezes, não dá tempo para concluir.

d) Progresso: O caminho para o clímax é linear cíclico.

 

 3. Elemento componente da boa estrutura

Dependendo do estilo do sermão, os componentes sofrem variações. Em regra geral, são:

a) Introdução (exórdio) - apresentar o assunto e também a linha de raciocínio.

b) Proposição ou tema: O que vai ser discutido.

c) Divisões.

d) Conclusão (preparação, desafio)

e) Apelo

 

 4. A Introdução

Tudo neste mundo tem uma introdução: entrada, pórtico em casa, peça musical, o prefácio de um livro.

 

 4.1 – Objetivos da introdução

a) Preparar o ouvinte para receber a mensagem. Os ouvintes estão frios e despreparados.

b) Preparar o ouvinte para entender o assunto e o propósito do sermão. A "introdução introduz" o assunto do sermão.

 

 4.2 – Características de uma boa introdução

a) Interessante, porém não estapafúrdia nem sensacional nem exagerada

b) Breve, porém não abrupta

c) Apropriada à ocasião, à mensagem. Deve ter estreita relação com o texto e o tema do sermão

d) Cordial, porém não bajuladora

e) Clara, sem antecipar os fatos. Não dizer demais logo no início

f) Modesta, não prometer demais. Não adornar demais

 

 4.3 – Tipos de introdução

a) Introdução textual. Pode preceder a leitura do texto. Se for um sermão textual, pode e deve ser repetido o texto. Explicação de fatores de importância relacionados com o texto.

b) Introdução contextual. Os antecedentes, por exemplo. O caso da parábola do filho pródigo: são três parábolas sobre a alegria de Deus

c) Introdução descritiva. A descrição dramática. Sermão sobre Bartimeu.

d) Introdução do tópico ou assunto. Anúncio do assunto e talvez definição de palavras do texto.

e) Introdução de problema. Todo sermão deve Ter como objetivo a solução de um problema humano, vital e importante.

f) Introdução de objetivo. Sermão sobre "Regresso à disciplina": "O nosso mundo hoje nos confronta com pelo menos uma necessidade elementar: A necessidade de disciplina"

g) Introdução de citação. Citação notável da bíblia, dos jornais, de conversas, da literatura, de poesia, etc.

h) Introdução de ilustração. Leonardo da Vinci: O quadro da ceia do senhor

i) Introdução de manchetes. As manchetes de jornais.

j) Introdução de experiência. Experiência pessoal do pregador, de outrem. Carta ou entrevista.

k) Introdução de perguntas. "O que querem vocês aqui?"

l) Introdução de ocasião especial referência a ocasião especificada.

m) Introdução de estatística. (Cuidado com "chutes")

Obs.: Nunca usar introdução com declaração geral, generalidade. "O mundo está em crise". Evite a banalidade.

 

4.4 – Orientações práticas

a) Ao iniciar, não peça desculpas.

b) Não procure ser engraçado. "Sabem por que Pedro traiu a Jesus?"

c) Não "rasgue seda" Agradecimentos e salamaleques à parte

d) Não comece com tom fortíssimo

e) Não comece sempre da mesma forma. Gaste tempo no preparo de uma boa introdução. Seja caprichoso. Fuja das frases feitas

f) Seja breve ao referir-se "ao prazer de estar aqui"

 

g) Evite a introdução "tamanho único" (serve para qualquer sermão)

h) Cuide bem das primeiras frases. Ou se ganha ou se perde a atenção aqui

i) Concluída sua introdução, mencione claramente o tema ou proposição do sermão.

j) Não discuta, na introdução, o assunto do sermão. Introduza o assunto.

k) Deixe a forma final da introdução para a parte final da preparação do sermão.

 

5. As divisões do sermão

5.1 A vantagem das divisões

A divisão do tema assegura a unidade do sermão. As idéias são colocadas em ordem. Um tema pode ter várias idéias.

 

 5.2 Efeitos

"O que a incredulidade ocasiona?" Nm 14. 1-11

5.2.1 - A incredulidade denigre o caráter de Deus

5.2.2 - A incredulidade envilece o caráter do homem

5.2.3 - A incredulidade prejudica a obra de Deus

5.2.4 - A incredulidade provoca a ira de Deus

 

5.3 Razões que apóiam uma tese

5.3.1 - Somos ricos porque recebemos o perdão de nossos pecados

5.3.2 - Somos ricos porque os recursos de Deus estão a nosso favor

5.3.3 - Somos ricos porque as glórias dos céus nos estão reservadas

 

 

 

5.4 Meios para alcançar um fim

"Os requisitos do crescimento espiritual" – II Pe 3.18

5.4.1 - Primeiro requisito do crescimento espiritual é o de uma alimentação adequada.

5.4.2 - Segundo requisito do crescimento espiritual é o de uma atividade apropriada.

 

 5.5 Significados de algo

"Uma vida digna do evangelho" Fp 1.27-30

5.5.1 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de paz

5.5.2 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de combate

5.5.3 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de fé

5.5.4 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de amor.

 

5.6 Perguntas: Que, Quem, Como, Quando, Onde, Por quê?

Exemplo: "Nossa ordem de marchar" Ex 14.15

5.6.1 - Por que devemos marchar?

5.6.2 - Como devemos marchar?

5.6.3 – O que nos espera em nossa marcha?

 

5.7 Justaposições de dois conceitos: contrastes ou complementação

"Uma pergunta importante e uma resposta certa" At 16. 25-34

5.7.1 - A pergunta importante foi "que devo fazer para ser salvo?"

5.7.2 - A resposta certa foi: "crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo"

 

 

 5.8 Aspectos do texto. "Ao fato central da história do mundo" Gl 4. 4-5

5.8.1 - Ele nos diz que o tempo escolhido por Deus para enviar Seu Filho ao mundo foi um tempo propício.

5.8.2 - Ele nos diz que o método adotado por Deus para enviar Seu Filho ao mundo foi um método apropriado.

5.8.3 - Ele nos diz que o propósito com que Deus enviou Seu Filho ao mundo foi um propósito adequado.

 

 5.9- Desenvolvimento cronológico. "Deus, o nosso libertador" Rm 11.26.

5.9.1 - No passado

5.9.2 - No presente

5.9.3 - No futuro.

 

 5.10 Problemas = Solução. Uma divisão é a resposta da outra "A busca humana por Deus" Jo 6.68.

5.10.1 - Para quem iremos nós?

5.10.2 - Tu tens palavra de vida eterna.

 

5.11- Conteúdo das divisões. O que se deve dizer em cada divisão? Como encher cada uma?

5.11.1 - Fazer perguntas à divisão

5.11.2 - Expor ou explicar termos: Definições, narrações, descrição, provar a tese da divisão, etc.

5.11.3 - Argumentar, responder objeções, levantar e responder objeções

5.11.4 - Ilustrações Bíblicas e seculares: Exemplo a imitar e evitar.

5.11.5 - Citações Bíblicas

5.11.6 - Experiências

5.11.7 - Aplicar e exortar

Obs.: Cuidado para não explicar demais, entrando em minúcias desnecessárias que não coadunam com o propósito do sermão. Quando citar grego e hebraico, faça-o com jeito para não ser pernóstico. Não seja pedante não faça citação em outros idiomas.

 

IX. DICAS PARA PREPARAR OS  SERMÕES

Existem três formas pelos quais os pregadores podem preparar e pregar:

1- Escrever e ler o sermão

Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança.

Conserva melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito nervoso e preocupado com vai falar.

Pode citar os textos bíblicos com bastante precisão, e gastar menos tempo em dizer o que tem a transmitir.

O pregador deve ter cuidado, pois este método traz alguma desvantagem tais como:

Muito tempo para escrever, fica preso a leitura e pode perder o contato com os ouvintes, não é simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione.

 

2- Escrever, decorar e recitar o sermão

Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais natural.

Cuidado deve ser tomado, pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito.

 

3- Preparar um esboço e pregar

O pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o pensamento e fica-se livre para gesticular.

O pregador fica livre para usar sua imaginação, criatividade e usar ilustrações que se lembrar no momento, também podem expandir seu temperamento emocional.

Este é o método mais utilizado na oratória.

Cuidados também devem ser tomados pois o pregador perde o hábito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo não é tão apurado e elegante como os escrito.

4. Dicas que podem ajudar  

a.      Ao contar um testemunho não detalhe muito, ou então escreva um livro.

b.      Nunca olhe para uma só pessoa, ainda que sinta algo diferente (de Deus) ao olhar para essa pessoa. Lembre-se que você está pregando para todos.

c.      Nunca "vença" o povo pelo cansaço. Não obrigue o povo a dar glória ou aleluia só para satisfazer teu ego, ou para ter sensação que a tua prédica tem resultado.

d.      Não grite. Não confunda grito com eloqüência. Do tipo: (receba, receba recebaaaaaaaaaaaa!). ( Dá glória, Dá glória, Dá glória, Dá glóriaaaaaaaa!) ( Olhe o anjo, Olhe o anjo, Olhe o anjooooooooo!) ( Shiiiiiiiiiiiii, escuta o poder, escuta o poder shiiiiiiiiiii). "O GRITO É A MANIFESTAÇÃO CABAL DE QUEM NÃO TEM O ARGUMENTO".

e.      Não desrespeite os companheiros de púlpito, ou o pastor da igreja em que estás. (Aparentemente falar mal dos obreiros trás alegria aos descontentes).

f.        Faça o que te foi pedido para fazer, não invente nada.

g.      Não fique estático, você não é uma múmia; não fique pulando tanto, pois não és um palhaço. A comédia tem sua hora e se for bem colocada pode até ajudar a compreensão dos ouvintes e evitar o cansaço. Dizem que o pregador pode dar alguns passos para os lados e para trás, 4 vezes em 40 minutos. Imagine aqueles que gostam de pegar o microfone só para ficarem saracoteando no púlpito, exigindo "espaço" como se fossem dançar ou pular corda. A boa regra de Homilética diz que não se deve pegar o microfone na mão, a não ser se for necessário. (Toda regra tem exceção) Se você tiver boas palavras todos irão te ouvir.

h.      Observe se estás sendo ouvido; ser ouvido é uma coisa sendo entendido é outra. (Observe que você pode não estar agradando, mas, sendo ouvido, pois a Palavra de Deus sempre será perseguida, não querem ouvir). Mas não confunda. Um prego bem batido vale por dez tortos. O muito falar faz tropeçar.

i.        Nunca preencha lacunas com "amém" , "né", ou coisa assim.

 

 

j.         Não pronuncie palavras feias, de baixo calão, ridículas ou indecorosas. Treine seu vocabulário; as palavras ditas no quintal de sua casa não deve ser a mesma que você dirá no púlpito.

k.      Não cruze ,os braços ou debruce em cima do púlpito; púlpito não é cama.

l.         Antes de iniciar, enquanto assentado no púlpito, não fique conversando com os colegas de lado e nem escorando de um lado para o outro ou pernas abertas e, nem limpar as narinas (isso deve ser feito em oculto, no banheiro ou secretaria). Púlpito é exemplo de elegância e comportamento social, além de ser um lugar santo e de reverência.

m.    Púlpito é lugar de se pregar a Palavra de Deus, então pregue como se Deus estivesse em teu lugar.

n.      O teu próximo pode ser o teu espelho. É observando que se aprende. Tenha um espírito de crítica construtiva, e permita que te critiquem.

o.      Cuidado com as ondas e modismo de outros pregadores, antes de copiá-las, analise-as pela Palavra de Deus e os costumes gerais. A arte está em não copiar nada na integra, ou se tira algo, ou acrescenta-se algo.

p.      Aprenda ética ministerial para que saibas o teu limite.

q.      Cuidado com aqueles que gostam de dizer: "Deus falou para mim...."

r.        Cuidado para não dizer algo que machuque seus companheiros que estão na sua retaguarda, afinal o pastor local, seus obreiros, é que ficam anos e anos ali enchendo o templo para você ir lá pregar; portanto não estrague com 45 minutos o trabalho de meses ou anos. (ousadia não é estupidez)

s.      Não pense que porque está ali no púlpito você é melhor que todos os obreiros locais ou da região. (Quando saem dizendo: "Em tal região ou em tal campo não se tem pregadores.") Senão tivesse você não encontraria ali igreja ou templo para pregar.

t.        Por ultimo, não pregue por oferta, ou quantia estipulada que as vezes são absurdas. Lembre-se: "Se exijo o que mereço, sou medido pelo que sou; se confio na graça de Deus sou medido pelo o que Deus é."

Pregar é falar em lugar de Deus, é o próprio Deus falando. Não torne pouco as coisas de Deus. Somos apenas um canal. Que esta.

 

 

 

X. EXEMPLOS DE SERMÕES

1. Sermão Topical ou Temático.

Como já estudamos, o sermão Topical é aquele cujas divisões são derivadas do Tema. Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão Topical é a utilização das perguntas básicas?

Por quê? Quando? Como? Onde? O que?

Obs. Estas perguntas deveram ser feitas ao texto e não as pessoas.

 

Confissão

I João 1:9 Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.

I - O que devemos confessar?

A ) Nossos pecados

B ) O Nome de Jesus

C ) O poder de Deus

 

II - Como confessar?

A ) Com sinceridade

B ) Com fé

 

III - Quando devemos confessar?

A ) Agora mesmo

B ) Ao ouvir a Palavra de Deus

 

IV - Qual o resultado da confissão?

A ) Paz

B ) Perdão

C ) Comunhão

 

 

E X E R C Í C I O S

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .

Tema: O Cristo que não muda

Texto: Hebreu 13:8 Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente.

I - O que não muda em Cristo?

II - Por que não há mudança em Cristo?

 

Desenvolver o sermão abaixo com o tema e texto definido, em grupo de 3 alunos

Tema : O Cristo Maravilhosos

Texto : Isaias 9:6 E o seu nome será Maravilhoso.

 

2. Sermão Textual

Como já estudamos, o sermão textual é aquele cujas divisões e derivada do texto.

Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento é utilizar as divisões do próprio texto.

A entrada

João 10:9 Eu sou a porta, se alguém entrar por mim salvar-se-á

I - Eu sou a porta.

A ) Da Salvação

B ) Da felicidade

C ) Estreita

 

II - Se alguém entrar por Mim

A ) Não há acepção de pessoas

B ) A única entrada

 

III - Salvar-se-á

A ) Uma decisão própria

B ) Da perdição eterna

 

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .

A postura do cristão

Salmo 1:1 Bem aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

I – Bem aventurado

II - O varão que não anda segundo o conselho dos ímpios

III - Nem se detém no caminho dos pecadores

IV - Nem se assenta na roda dos escarnecedores

 

Desenvolver o sermão abaixo com o tema e texto definido, em grupo de 3 alunos

Tema : Olhar para Jesus

Texto: Hebreus 12:2 Olhando para Jesus, autor e consumador da fé...

 

 

3. Sermão Expositivo

Como já estudamos, o sermão expositivo é aquele cujas divisões estão inseridas no fato narrado. Uma forma lógica e prática para o desenvolvimento de um sermão é a descrição do episódio.

O encontro com a vida

Lucas 7:11-17

I - A multidão que seguia a Jesus

A ) Pessoas desejosas

B ) Pessoas com esperanças

C ) Pessoas alegres

 

II - A multidão que seguia a viúva

A ) Pessoas entristecidas

B ) Pessoas sem esperanças

C ) Pessoas inconformadas

 

III - O encontro da vida com a morte

A ) A vida é uma autoridade

B ) A morte se curva ante a vida

 

IV - O resultado do encontro

A ) A ressurreição do jovem

B ) A alegria da multidão entristecida

C ) A edificação da multidão que seguia Jesus

D ) A conversão de muitos

 

Desenvolver o sermão abaixo com as divisões já definidos, em grupo de 3 alunos .

A mulher Samaritana

Texto: João 4:1-42

I - O encontro com a mulher

II - O diálogo

III - O testemunho da mulher

IV - O resultado do testemunho

 

Desenvolver o sermão abaixo com o tema e texto definido, em grupo de 3 alunos

Tema: A cura de Naamã

Texto: II Reis 5:1-14

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BLIOGRAFIA

1. BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas, Deerfield, Flórida, Ed. Vida, 6a impressão, 1991.

2. HAWKINS, Thomas. Homilética Prática, Rio de Janeiro, Ed. Juerp, 5a Edição, 1988.

3. MORAES, Jilton. Homilética- da pesquisa ao púlpito. São Paulo: Vida,2008.

4. LARSEN, David L. Anatomia da Pregação. São Paulo: Vida,2008.

5. PAES, Carlito. Como preparar mensagens para transformar vidas. São Paulo: Vida,2004.

6. ROBINSON, Haddon; LARSON, Craig. A arte e o oficio da pregação. São Paulo: Shedd Publicações,2009.

7. W. KOLLER, Charles. Pregação Expositiva Sem Anotações, São Paulo, Ed. Mundo Cristão, 2a Edição, abril de 1987.

8. https://www.solascriptura-tt.org/Ide/Homiletica-Souza-Santana.htm

9. https://www.ipjacarezinho.org.br/estudos/curso_homiletica.htm

10. https://www.monergismo.com/textos/pregacao/curso_homiletica_hermisten.pdf